Governo Lula concede asilo a Nadine Heredia, sentenciada a 15 anos por lavagem de dinheiro em escândalo ligado à Odebrecht
A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, deve desembarcar nesta quarta-feira (16) em Brasília a bordo de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Heredia foi condenada a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso envolvendo repasses ilegais da empreiteira Odebrecht — hoje Novonor — à campanha presidencial de seu marido.
A informação foi confirmada por autoridades brasileiras e peruanas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou o asilo diplomático à ex-primeira-dama ainda na terça-feira (15), poucas horas após a divulgação oficial da sentença emitida pela Justiça do Peru.
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Salvo-conduto e saída da embaixada
Desde a condenação, Heredia estava abrigada na embaixada do Brasil em Lima. A presidente do Peru, Dina Boluarte, concedeu salvo-conduto autorizando sua saída do território peruano, conforme previsto pela Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual Brasil e Peru são signatários. O mesmo tratamento foi estendido ao filho menor do casal, Samin Mallko Ollanta Humala Heredia.
O Ministério das Relações Exteriores do Peru confirmou oficialmente a permissão para que Heredia viajasse ao Brasil, assim como a equipe de defesa do ex-presidente Humala, que permanece preso.
Condenação por lavagem de dinheiro
A Justiça do Peru entendeu que Nadine Heredia e Ollanta Humala participaram de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo doações ilegais da Odebrecht, utilizadas na campanha presidencial de 2011. Ambos foram sentenciados a 15 anos de prisão em um dos casos mais emblemáticos da influência da empreiteira brasileira em governos latino-americanos.
O caso envolve desvios, propina e financiamento de campanhas eleitorais com recursos ilegais, algo semelhante aos escândalos que marcaram o Brasil nos últimos anos.
Repercussão e críticas ao governo
A decisão do governo Lula em acolher e transportar uma condenada por corrupção em avião oficial da FAB gerou fortes reações nos bastidores políticos. O gesto foi considerado um constrangimento diplomático e uma afronta à ética pública por parlamentares da oposição.
O uso de recursos públicos para recepcionar uma condenada por lavagem de dinheiro reacende o debate sobre os critérios utilizados pelo governo federal na concessão de asilo político, especialmente quando se trata de figuras públicas envolvidas em escândalos de corrupção internacional.
Comunicado Oficial N° 017-25
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— Cancillería Perú (@CancilleriaPeru) April 16, 2025
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